segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Que ano! (de merda)

Fim de ano!!!!

É isso, e chega mais um natal, mais um fim de ano, panetones, presentes, reunião dos familiares, confraternizações, amigos secretos, essa porra toda.
Mas vamos fazer um balanço desse ano glorioso de 2009, vamos lá, as promessas feitas em 31/12/2008 foram: tentar parar de beber, estudar mais nesses 6° e 7° semestre de Direito, manter um namoro por mais de três meses, malhar mais de três vezes no mês, comer coisas saudáveis, ser menos chato e ranzinza, além de promessas é claro teve o clássico pedido de ir na corda do círio de Nazaré (mesmo sendo Deísta*) se o meus times (REMO, PALMEIRAS) fossem campeões.

Houve outras promessas, só não me lembro delas, pois bebi pra cacete e cai desbundado na 2° onda que tentei pular, só voltei à mim quando descobrimos que tentaram roubar o carro, outra promessa botar alarme e pagar o seguro do carro.

Primeira promessa, parar de beber, essa é clássica é claro, depois de um ano de bebedeira e vergonhas sempre colocamos essa em nossa lista, geralmente a fazemos com algo de alcoólico nas mãos brandindo que aquele será o ultimo gole, essa foi difícil, mas eu fui forte e perseverante, e a mantive até ás 12:00 do dia 01, aquela cervejinha eu não podia dispensar é claro!

E ali iniciou-se mais um ano minha vida onde apenas bebo “sociamente” (só quando vivo em sociedade!).

Segunda promessa, estudar mais, essa foi fácil, como meus amigos sabem, ainda sou aquele CDF (agora convertido) que tem pesadelos com notas abaixo de 7,00, claro que essa doença hoje controlada já aceito sem maiores problemas um 8,00, passei sem problemas por mais dois semestres de Direito, e hoje já tenho certeza do que farei da vida, Oceanografia.

Manter um namoro por mais de três meses, hum, nessa promessa peguei pesado, ainda me considero disléxico sentimental, e acho normal não ligar no outro dia ou só lembrar de ligar três meses depois, essa promessa passou bem perto de ser concretizada, cheguei á espantosos 2 meses de 18 dias, quando finalmente chegou o verão e com pesar no coração descobri ter outra alma gêmea: Kamilla, Carla, Dy, Verônica, e é claro a morena (não me lembro ou não deu tempo de saber o nome dela).

Malhar mais de três dias no mês, nos primeiros 4 meses malhei pelo menos 15 dias no mês,isso dá uma boa média não é?. Promessa quase cumprida, já que de novo chegou o verão, onde descobrir que malhar cansava demais e fazia-me gastar energia que podia muito bem ser usada levantando um copo ou mesmo tentando aprender a dançar sem esmagar os pobres dedos das desavisadas que em vão tentavam me ensinar esta arte tão complicada de dar dois passos para lá e dois para cá, então em tempos de efeito estufa e economia de energia dei um tempo de malhar para realocá-la em tarefas mais nobres (beber e dançar).

Comer coisas saudáveis e ser menos chato e ranzinza, fácil, nesse novo ano acrescentei como hábitos no tomar diariamente 1,5 litros de Café, comer carne vermelha orgânica criada na Amazônia desmatada, happy hour dia sim dia também, virei quase o Vegan* do Greenpeace (huahauhauh, sem chance)!!!!.

Em resumo, as promessas foram um fracasso, já os pedidos esses foram bem piores! O palmeiras não preciso nem comentar, mas como o Remo não é conhecido por alguns, lhes delicio com minha desgraça futebolística de torcer para um time que mesmo tendo a “maior torcida do norte” com torcedores suficientes para encher pelo menos duas Kombis não conseguiu uma vaga nem na Série “D”, ano de merda.

Acho que ranzinza não sou mais,pelo menos até acabar minha cerveja e eu ficar balançando a mão tentando chamar por pelo menos meia hora até que esse garçom (filho de um trabalhadora exemplar da casa da luz vermelha) veja que a garrafa já esvaziou, e elas não costumam encher-se sozinhas!!!!

Tenham um bom fim de ano, e rumo ao équiçá Brasil!!!!

Agora pode tocar o tema do fim de ano da Globo com aquele pessoal de roupa branca (que parecem ter o patrocínio da K’boa “a água sanitária que serve até de anti séptico bucal” ).

* Deísta: individuo que crê em Deus, mas não aceita religião, certos dogmas e a revelação
*Vegan: vegetariano radical, não come nada de origem animal, seja leite(e derivados) , ovos, peixe, além de nao consumir nada onde animais participaram da cadeia produtiva

sábado, 5 de dezembro de 2009

A folha seca.

Seus pés agora pareciam tão grandes face à pequeneza da avenida, e sentado ali sentia os primeiros efeitos do Valium recém tomado, precisava tomar uma decisão e isso era inadiável.

O vento frio cortava impiedosamente seu rosto, deixando-o quase dormente, isso somado aos efeitos do Valium fazia o entorpecimento tomá-lo aos poucos tomar seus sentidos de assalto, e daquela altura qualquer perda de sentidos poderia significar a perda deles para sempre.

Seus últimos gritos ainda ecoavam na sala atrás de si, e era como se aquilo tivesse ocorrido á anos, tentou, mais não conseguiu lembrar-se do rosto dela tentando lhe explicar que aquilo era passageiro.

Na verdade lembrava-se muito vagamente do leve sorriso que deu antes da explosão de fúria, antes de dizer mesmo que não acreditando o quanto a odiava, o quanto queria que aquilo tudo acabasse, lembrou-se do primeiro vaso a voar de suas mão e atingir com uma precisão que não lhe era peculiar a parede que a dois dias ela tinha pintado.

E antes de ele pegar o pequeno Buda que assentava-se sobre a mesa de centro ela saiu da sala, deixando atrás de si apenas o silencio, e isso era apenas o que ele ouvia agora, o silêncio. Observava o mundo daquela altura e tudo lhe parecia tão insignificante, tudo tão pequeno que mesmo sabendo ser imponderável via sua mão pairar em meio a pequenos bólidos azuis, e começou a perceber que a perda total de seus sentidos se aproxima.

Agora já ouvia o arfar de seu diafragma muito mais forte, era como se todos os sons externos a seu corpo estivessem sido abafados, ouve seu coração ainda compassado tentando em vão empurrar seu sangue ao corpo em cuja mente é travada uma batalha entre a continuidade dessa existência posta em “xeque” pelos últimos acontecimentos.

Já quase totalmente entorpecido levanta-se e debruça-se derradeiramente no parapeito, e do altos daqueles 21 andares imagina-se voando como uma folha seca na primavera, senti que o vento ainda pode lhe alcançar levando-o para longe daquilo tudo, e senti perder seus sentidos sendo abraçado pela escuridão que tanto aguardava.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O observador, em busca da sanidade.

Abriu a porta devagarzinho para não chamar a atenção, no entanto o ranger da porta foi ouvido por toda a sala provocando o que ele temia, a avalanche de olhares que se voltaram em sua direção, sentiu-se acuado por um instante com o a análise minuciosa que todos sempre faziam dos novatos, maldita falta de lubrificação (que ambíguo!)!.

Sentou-se logo atrás de uma menina ruiva, que foi uma das poucas que não se virou para lhe ver entrando, o hábito de tentar decifrar as pessoas apenas por detalhes logo o fez voltar seu olhar para a garota ruiva, fazendo-o esquecer por alguns minutos os problemas que tinha e os que viria à ter, outro hábito, sofrer com antecedência.

A menina tinha um pequeno laço roxo que partia seu cabelo em dois, dando-lhe um aspecto recatado. O laço tinha cara de artesanato, não era industrializado com certeza, as costuras levemente desuniformes denotavam isso, poderia ter sido uma avó ou mãe um pouco mais “velha” que passa horas bordando ou costurando tentando preencher o tempo até o encontro com a senhora de preto.

Hum, então usar coisas que as mães ou avós fazem mostram que ela não tem medo de ser ridicularizada, os (nós) adolescentes odeiam mostrar qualquer afetuosidade pública aos pais ou mesmo parentes e usar algo como aquilo mostrava ser ela um pouco estranha já que nessa (nossa) idade uma das coisas mais importantes é tem a chamada “reputação” que com certeza não perpassava por utilizar de acessórios que não fossem de uma grife famosa, ele gostava de meninas estranhas.

Do cabelo logo observou que ela utilizava uma camiseta branca, um pouco (muito!) amarrotada, de duas uma, ou ela saiu atrasada de casa não dando tempo para ela arrumar-se ou ela veio de busão, esta ultima muito improvável já que a mensalidade do colégio era equivalente a dois salário mínimos e meio, ou seja, quase todos ali nunca andaram de ônibus, imaginem uma menina usando D&G dos pés a cabeça pegando um bus lotado, sem chance! Esta possibilidade era a mesma de eu ir em um show do calypso vestido de “joelma”!.

O Sinal tocou impedindo que ele continuasse sua nova velha diversão, ela se levantou rapidamente e saiu da sala sem falar com ninguém, deve estar indo à cantina, bom lugar para continuar sua análise e para ele continuar a entupir sua artérias e quem sabe dar trabalho no futuro á seu pai cardiologista, uma ponte de safena sempre foi seu sonho e com um pouco de sorte uma mamária como cereja do bolo e um Stent como cobertura!

To be continued.....

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Saudade...mais uma vez.

A caminhada desta vida nos leva à muitos ambientes diferentes, com pessoas diferentes, e em cada um destes lugares angariamos novos amigos construindo uma rede de amizade que hoje pode se estender por todo o globo. No entanto quantos destes merecem o titulo honorifico de amigo?

Ainda me lembro muito bem de cada um dos meus grandes amigos, na verdade em cada ciclo da vida nos vinculamos fortemente as pessoas que nos circundam, no entanto a dinâmica da vida moderna acaba por nos afastar das pessoas que aprendemos a duras penas a amar.

Mesmo com o advento de ferramentas como o orkut e twitter que (eu odeio) mantêm mesmo que artificialmente uma proximidade, a saldade ainda prevalece, a saldade dos momentos de descontração, onde passamos dias sem dormir por causa da temida prova de genética II, daqueles primeiros dias (meses e anos) da universidade, quando ainda acreditávamos em uma solução e nos deslumbrava-mos a cada nova descoberta, a cada novo passo que dávamos rumo a temida vida adulta, das festas à beira do rio (sendo comidos vivos pelos mosquitos carnívoros).

Mas a roda viva nos leva impreterivelmente para novos cantos, nos afasta sem pena, e a única coisa em que nos agarramos são aqueles momentos em que olhávamos um para os outros e nos enxergava-mos uns nos olhos dos outros, onde finalmente encontrava-mos pessoas que como nós éramos estranhas que gostavam de ler e estudar, éramos e continuamos “estranhos”.

Amigos sim, amigos de chamar-mos as mães de “tias”, de conhecer e entender todos os defeitos e exaltar as parcas qualidades uns dos outros, de dar o ombro na hora de chorar e o puxão de orelha na hora de tentar colocar nos eixos, de se preocupar mesmo de longe, de se orgulhar dos feitos, enfim, éramos e sempre seremos família que escolhemos e dos quais as histórias nossos netos ouvirão atentos , tentando entender como o avô um dia foi tão louco e tão feliz.




ps: onde estivermos s seremos sempre a turma de zootecnia de 2005 seja em Minas, São Paulo ou nos confins do Pará, seja exercendo a zootecnia seja a advocacia (meu caso).

terça-feira, 28 de julho de 2009

O gatilho.

Mais uma vez sentia o metal frio entre seus dedos, aquela sensação há muito deixou de incomodá-lo, na verdade sentia-se estranhamente familiarizado com aquilo. Sua mão trêmula pendia sobre estilhaços de vidro da janela que teve que quebrar para ter uma visão nítida, e os cacos de vidro o perfuravam lentamente fazendo correr um fio escarlate sobre a parede cor de chumbo.

Aos poucos apareceram os primeiros capacetes verde musgo no fim da estrada, sabia quer aqueles eram apenas os peões, e como tais sempre os primeiros a serem sacrificados pela glória de outros os quais não possuem conhecimento, enfileirados como formiginhas caminham movidos por mãos que de longe os ordenam e que não sujam suas mãos com o profano sangue de soldados rasos.

Mas rapidamente afasta estes pensamentos, a concentração é fundamental no seu trabalho, sempre foi, ele sabe que terá apenas uma chance, e a simples possibilidade de desperdiçá-la lhe aterroriza.

E logo aparece sobre um blindado um homenzinho franzino de tez pálida, esta figura lhe aterroriza desde que recebeu sua fotografia, com altivez não condizente com suas características físicas imprime ordens a torto e a rodo com rispidez típica dos vermes.

Não entendia como aquele homem tão pequeno, que não emitia nenhum sinal de crueldade, poderia ter sido o desencadeador da ordem que resultou na morte de centenas de dissidentes refugiados na única escola judia da velha cidade.

Isso não mais importa, ordens são ordens, só resta à ele cumpri-las sem perguntar pra que ou para quem, mas, eliminar homens como aquele não era nenhum sacrifício, devendo ate receber uma medalha por bravura quem sabe.

Seu campo de visão melhora, e o homenzinho agora desponta claramente na sua frente, sem remorso ele aciona o gatilho, deixando o projétil correr dando ao seu alvo o destino que merece, com esse são quinze, agora só faltam cinco.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mais uma vez, olhinhos verdes.

A luz fria da fluorescente lançava um ar mais sombrio e triste, onde a tristeza já transbordava pelas janelas e transpassava pelas frestas da porta invadindo o corredor que exalava éter.

Dentro do cubículo branco os únicos sons ainda audíveis são os “bips” compassados dos instrumentos que insistem em manter artificialmente aquilo que nos prendemos tanto, e evitando o nefasto e inevitável epílogo de uma comédia ou drama, como queira.

O corpo que jaz deitado na cama daquele cubículo há muito não têm seu corpo banhado pelo calor do sol, há muito não vê ou sente o cheiro das mangueiras, apenas resiste por insistência infantil, faz um ultimo esforço e vagarosamente levanta as pálpebras tentando ver os aparelhos aos quais está ligado há tanto tempo.

Aparelhos de Merda!, que ainda fazem o músculo se contrair e adiar o que ele já se aceitou há muito, e uma lágrima apressada corre por seu rosto demonstrando uma certa inconsistência desse seu finalismo. Outra lágrima corre, e traz consigo as lembranças da primeira vez que viu aqueles pequenos olhinhos verdes, dos primeiros passos, e das muitas quedas.

Outras lágrimas correm insistentes, formando um rio melancólico e silencioso, sobre aquele rosto agora úmido que sobreviveu à tantos sóis, verões e invernos, que amava e odiava, que vivia e morria a cada instante, que agora só pensava em mais uma vez, pela última vez, ver aqueles olhinhos verdes, abraçá-los.

sábado, 6 de junho de 2009

Minc e os ruralistas...

Nas últimas semanas temos visto o embate entre Carlos Minc (Min. Do Meio ambiente) e os parlamentares da chamada “bancada ruralista”,este embate é apenas a ponta de um icerberg de um problema que se arrasta a várias décadas, cuja solução é complexa e não totalmente normatizada.
A preocupação com a conservação ambiental teve seu “boom” na segunda metade do século XX com o advento do reconhecimento dos direitos humanos de “3° dimensão”, esta dimensão trouxe à baila a questão “ambiental” como um direito universal.
Assim, a partir deste nascimento foram realizados vários “encontros” que discutiram a questão ambiental, sendo o Brasil signatário de vários tratados internacionais nos quais se comprometia a criar mecanismos protetivos do meio ambiente, no entanto, desde o inicio das discussões ambientais duas vertentes se formaram e se tornaram antagônicas, uma corrente defende a proteção ambiental com a criação de áreas protegidas sem presença humana (preservacionistas); e outra que defende uma proteção ambiental condicionada ao desenvolvimento ambiental sustentável, sem excluir o homem desse processo (desenvolvimentista).
Os embates entre estas duas vertentes de pensamento exprimem bem a atual situação das discussões acerca das mudanças na legislação ambiental, a grande discussão fica por conta da diminuição da chamada “reserva legal”, esta reserva legal é a área que não pode ser utilizada dentro da propriedade rural, devendo ser preservada no percentual de 80% na Amazônia legal, 35% nas áreas de cerrado, e 20% nas outras áreas.
A necessidade da preservação desta área e o percentual diferenciado de região pra região, implicam em conseqüências diretas sobre a produção agrícola nacional ,que fica engessada por uma legislação que é equivocada em muitos pontos, legislação esta criada sob pressão de organismos internacionais que não se atêm à necessidade e direito da população dependente da terra agricultável para sua subsistência.
Como visto este problema é complexo, no entanto a intromissão de questões puramente políticas ou com fantasiosas ilusões ecológicas apenas inviabilizam a construção de uma legislação atual, que possa atender tanto a proteção ambiental quanto ao desenvolvimento econômico das regiões que estão sendo tolidas desse direito que também é universal.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

o mórbido gosto.

mórbido gosto.

O ser humano (a maioria) sempre teve um gosto pelo mórbido e estranho pela morte, uma dubiedade de medo e curiosidade, constatação que você pode ter quando anda de ônibus ou de carro e o trânsito começa a ficar lento, de duas uma, ou é acidente ou estão construindo algum novo viaduto que vai de lugar para lugar algum. Se for o primeiro caso (acidente), nos ônibus as pessoas se acotovelam, pulam umas em cima das outras para ter uma visão melhor do acidente, se tiver morte então... Já os benditos motoristas de carros passam lentamente como que para degustar a proximidade da morte alheia.

Ontem mesmo, após uma “Festinha” estava eu a voltar para casa quando percebo uma movimentação estranha da policia no canteiro central da Br-316, era um rapaz que havia sofrido um acidente, isto de acordo com alguns “populares” que esperavam comigo o “busão”, logo acima do local onde o rapaz foi jogado passa uma passarela, esta virou uma verdadeira arquibancada com torcida e tudo, só faltava a “hola”, e mesmo com os policiais tentando afasta-los as pessoas atravessavam depressa a “Br” para tentar ver mais de perto o acidentado, como se aquilo fosse um espetáculo e tivessem sido abertas naquele momento a gloriosa cortina do circo da morte.

Não vou entrar no mérito da questão filosófica,religiosa da morte, esta muito debatida e pouco ou nada entendida, no entanto, o “SER humano” deveria ter um pouco mais de respeito aos mortos ou a beira desta como forma de externar o comportamento digno de um animal com polegares opositores e que (quando não está vendo big brother) diferentemente dos outros animais (há quem diga o contrário) pensa....

melk

quarta-feira, 25 de março de 2009

A ESTRADA.



A ESTRADA

Sentado á beira da estrada, sem saber o porquê de estar ali, seu pensamento divagava por entre casas confortáveis e a certeza de uma mesa com comida, coisas que não possuía e nem se iludia em ter, já há muito tempo conformou-se com sua realidade dura e triste, mas que era sua e isso ninguém mais podia lhe tirar.
Do alto de seus oito anos de idade, dos quais pelo menos Cinco à beira da estrada, já viu coisas que a maioria dos garotos que passam por ele naqueles velozes carros nunca irão ver, crianças que como ele apenas pensavam em brincar, mas isso para ele era apenas abstração.
Senta-se um pouco à beira da estrada, já está ali desde as 06:00 da manhã, cansado e com fome, senta-se e olha para as pequenas moedas que conseguiu até agora, elas estão ali pequenas e brilhantes, que para muitos e nada, mas que para ele é o liame entre a fome e a comida, entre o sorriso e o choro, não só de si, mas também de seus irmãos e mãe.
Desde que se lembra está ali, à beira da estrada, dali enxergar a sua pequena casa, dali vê a estrada desde a grande curva em forma de “s” até a reta longa que passa em frente a ele, vê pessoas que param para aplacar sua consciência lhe dando uns trocados, mas também vê os que não se importam os que o xingam e que lhe cospem e lhe jogam coisas, desses não sente ódio, lhes delega apenas pena.
Logo é acordado pelo ronco de sua barriga, mas não é isso que lhe incomoda, já se acostumou com a fome, mas lembra-se que tem que levar algo para seus irmãos, já faz dois dias que não consegue dinheiro para comprar nem um punhado de feijão, queira D’us que hoje seja diferente. Queira D’us.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O problema.

Caminhava lentamente, em passos compassados e constantes, a rua de paralelepípedos não ajudava muito, seu salto às vezes acertava a p*$#@ de uma fresta dos blocos de concreto e ela quase caiu umas 2 vezes, não sabia por que tinha ido de salto, na verdade não tinha muita certeza se devia ter ido.

A duas quadras da casa sua respiração já estava meio ofegante, agravado pela temperatura baixa digna das 5 horas da manhã, seus dedos dos pés estavam ficando um pouco dormentes pelo frio, apertou o passo sabia que ele saia as 05:30.

Aos poucos a construção bem acabada ao estilo de construções típicas no estilo que ela chamava de “moderninha” aparecia na outra esquina, nem parecia que ela viveu ali por tanto tempo.

Ainda em frente da casa deu um suspiro, o carro ainda estava na garagem, com receio se dirigiu à porta, tocou a campainha uma vez, ninguém atendeu, tocou mais uma vez, ainda sem resposta, foi até a janela lateral para ver se tinha alguém na sala, a luz ainda estava desligada, estranho, pensou, tentou mais uma vez a campainha.

Dessa vez atenderam, assustou-se com a mulher de meia idade ainda de “pijama” que atendeu a porta, perguntou por seu pai, ela disse que ele não teve que sair para atender uma cliente, era o óbice de ser médico, não quis perguntar quem aquela “vaca” era, ou mesmo perguntar o que ele tinha com seu “venerado” pai, o que mais lhe preocupava naquele momento era seu problema inadiável, este que ela tinha certeza que seu pai podia resolver.

Desolada voltou para casa, dessa vez com os sapatos nas mãos, ainda frustrada por não ter encontrado seu pai, com o dia chegando e a iluminação do sol já invadindo o horizonte que parecia tão perto naquele momento.

Teria que resolver seu problema sozinha, (que merda!!!) e não sabia nem por onde começar, se concentrou tentando lembrar das aulas que seu pai tinha lhe dado, andou de um lado pro outro olhando aquele corpo inanimado e imóvel no meio de sua garagem, desde a noite passada ele nem se mexia e nem dava sinais de vida.

Decidiu por fim dar cabo naquele imbróglio,que estava lhe deixando louca, mas espera ai, só havia um problema,ela não se lembrava do número de telefone do mecânico, e agora quem iria consertar o motor do seu carro, mas será que é o motor mesmo, putz... “pera” ai, agora ela olhou melhor, p*%$#@, de quem é esse carro!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um novo ATLAS, Barack Obama.


Esta semana temos o primeiro contato com o “atlas” do século XXI, ou na verdade com o primeiro atlas que não é um ser mítico, a posse de Barack Obama consagrou um homem que está recebendo o difícil fardo de tirar o mundo do lamaçal econômico e da colcha de retalhos que integras os diversos conflitos do globo.

Para quem não se lembra das aulas de história e mitologia grega, Atlas por uma revolta contra Zeus foi condenada a carregar o céu nas costas e é freqüentemente retratado carregando o globo nas costas, isto não é muito parecido com o que o mundo espera do Barack?

Tudo bem, ele trouxe novas idéias que alguns anos atrás seria impensável dentro da realidade extremamente consumerista norte americana, propostas concretas de conservação ambiental e adoção do multilateralimo como eixo norteador da política, ao invés do bom e velho atira primeiro e pergunto depois, esse foram avanços tardios mas que enfim chegaram.

No entanto imaginar que ele salvará o mundo, as guerras acabarão, entraremos finalmente na era de aquarium é burrice ou mesmo ingenuidade, mesmo que Barack tenhas as melhores intenções e planos do mundo não será nada fácil convencer os grandes industriais de pontos que lhes leguem ao menos a possibilidade de gastos superiores à lucros, ou mesmo convencer os mujahedins do mundo que sua jihad não pode atingir inocentes.

Enfim, a complexidade das relações econômicas,sociais e religiosas contemporâneas legaram-nos o status quo que estamos, no entanto seria covardia e desumano colocar a responsabilidade apenas em um homem como se esta colocando em Barack.

Portanto, se as lideranças mundiais forem contaminadas com a euforia do resto do mundo e também adotarem uma política ao menos parecida com a de Barack (nos pontos positivos) quem sabe poderemos ter uma perspectiva melhor para as relações entre os países constantes desta aldeia global chamada por enquanto de terra.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A ilha, o elixir.

Sentado na proa do barco observava ao longe o pôr do sol, ainda sentia o calor do sol no rosto atingido pelos últimos raios do sol à esconder-se, o barco balançava muito era como se comandante estivesse fazendo “baliza” por entre as ondas, às vezes era atingido por um ou outro respingo, mas isso não o aborrecia, o importante era se afastar ao máximo de onde nunca mais voltaria.

Há alguns anos,ele não se lembra bem exatamente quantos, estava ele, mais novo é claro, indo em direção àquela ilhota como se fosse sua shangri-la oculta em meio ao mar que a circundava.

Nem de longe ou em seus maiores pesadelos podia ele imaginar-se a situção que estava agora, fazia poucas semanas que os primeiros sintomas apareceram, e foram agravando-se de tal forma que sua estada naquela pequena cidade parecia eterna e sem vida.

A procura tornou-se uma obsessão para todos os habitantes da ilha.Andava por todas as tabernas da cidadela procurando aquilo que era essencial para ele (será?),mas não encontrava em nenhum lugar , muitos como ele, andavam de um lado para o outro sem conseguir expressar nenhum sentimento em seus rostos, era como se suas almas tivessem secado em meio à uma seca inesperada no seu acontecimento e vil nos seus efeitos.

Mas estava longe daquela realidade inquietante, agora no barco, apenas pensava na sua chegada ao continente, no fim daquela agonia que já durava semanas, quando viu as primeira nuances das luzes da cidade no continente seu coração deu um pulo de esperança, aos poucos se esqueceu do pesadelo vivido na ilha, daquilo que nenhum ser humano poderia ser privado, e a cada onda quebrado seu coração batia mais e mais forte ansiando chegar ao cais.

Ao chegar desceu correndo a pequena escada que o separava da terra firme, ainda “desenbestado” dirigiu-se ao local que poderia terminar com o horror que ele viveu nos últimos dias, poderia enfim ter sonhos e dormir direito, foi até o caixa, e as palavras saíram como se tivessem vida própria, saiam antes mesmo de serem constituídas em seu cérebro, e ele finalmente pediu, com uma lágrima descendo de seu rosto cansado: “uma coca-cola bem gelada por favor!!!”.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Por quê?Mais um Estampido.


Ouve ao longe o estampido de mais uma explosão que o seu pai lhe ensinou ser o barulho de uma bomba, e não entende o porquê de tudo aquilo.

Tentava correr o mais rápido que podia, mais lhe faltava forças, do alto de seus seis anos de idade aquele esforço era hercúleo, suas pequenas pernas tremiam não só pelo esforço, mas também pelo medo que lhe assombrava desde que seu pai lhe forçou à correr em direção àquela pequena passagem no muro, ao transpassar o muro se dirige a rua esquerda que na naquele momento não parecia em nada com o que ele estava acostumado à ver,estava agora deserta e escura, por isso, apertou o passo com medo do que o pai lhe disse sobre as balas.

Há cerca de duas semanas estava ele naquela mesma rua indo pela primeira vez ao parque de diversões com seu pai, agora passava agora correndo maltrapilho tentando salvar-se, mas não resistiu e virou-se para contemplar os brinquedos onde pela ultima vez ele foi completamente feliz, onde seu pai com a ternura característica lhe levou ao carrossel.

Naquele pequeno momento que agora parecia tão distante, imaginou-se nas planícies das histórias que seu pai lhe contava, cavalgando em direção ao pôr do sol com o vento em seu rosto e o cheiro da relva fresca lhe enchendo as narinas, mas, foi acordado deste sonho pelo barulho ensurdecedor de mais uma sucessão de explosões que iluminavam mais uma vez aquele triste fim de tarde e aquele cheiro ocre da pólvora que nos últimos dias ele apresentou a distinguir bem.

Correu mais um pouco, já via o fim da rua que daria na casa de sua avó paterna, que ficava em um bairro onde não havia bombardeios,pois,era área diplomática.

Cansado e ofegante, sentou-se um pouco na beira da rua pois não consegui dar mais um passo, lembrou-se do seu pai, que lhe salvou á pouco empurrando-lhe pela janela que graças à deus era baixa e lhe indicou o buraco por onde saiu da área de sua casa que agora era apenas um monte de escombros.

Espantou-se com um barulho de carro vindo em alta velocidade, de longe não conseguiu distinguir se era dos soldados ou não, mas quando o carro parou em sua frente ele levantou-se instantaneamente, e seu temor se confirmou ao ouvir pelo alto falante do veiculo aquela língua que ele não entendia muito bem, e por isso não pode responder, e fez o que seu pai lhe ensinou, fechou seus olhos e pediu perdão, apenas pediu perdão,mas ele só não entendia o porquê daquilo, e só ouviu mais um estampido, só mais um.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O quarto.que noite!

E mais uma vez Jane acorda e não tem a mínima idéia de que como chegou naquele quarto (queira deus que seja um quarto) e muito menos lembrava quem era o garoto dormindo ao seu lado, ao levantar sentiu náuseas e não agüentou, vomitou ali mesmo no tapete.

Apenas lembrava que saiu da festa umas 4 da manhã (puta merda!), a dor de cabeça lhe atormentava e as náuseas se faziam presentes, sabia que tinha bebido muito, e por conseqüência a amnésia alcoólica, olhou pela janela e não conseguiu distinguir em que bairro estava e para completar não viu seu carro.

Olhou mas uma vez para cama e tentou lembrar-se do que tinha ocorrido depois que saiu das boate, mas sabia que era inútil, aquela parte da sua vida não voltaria espontâneamente à sua memória, ou lhe contavam o que ocorreu ou nunca saberia, a dor de cabeça aumentou e agravou as náuseas, correu ao banheiro, primeiro para vomitar depois para procurar algo para aplacar a dor de cabeça.

Saiu do banheiro direto para o telefone, ligou para a mãe para ela lhe buscar, mas, não sabia onde estava, ai meu deus! Tentou acordar o cara da cama, semi acordado e irritado ele deu o endereço de onde Jane estava, e era muito longe de casa, ligou novamente para a mãe lhe dando o endereço, mas sem lhe contar os pormenores.

A mãe demorou cerca de meia hora para chegar, tempo suficiente para ela se vestir, e pensar em uma boa desculpa para não estar com seu carro, e explicar de quem era a casa que estava.

Mas ela jurou pela milésima vez, que o resultado daquela noite nunca se repetira, ela nunca mais acordará em um quarto que ela não sabe onde fica!!!

Dessa vez enfim ela tomou esta decisão fatídica, vou comprar um GPS.


obs: isso nao é autobiográfico!!uahuahua

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O LUTO


Sentia-se só. Apenas isso lhe importava naquele momento. Há algum tempo aquele momento seria no mínimo improvável no entanto os últimos dias foram tão angustiantes que um estado de espírito que estava não era somente plausível como perfeitamente justificável.
As lágrimas que já secaram há algumas horas agora fazem falta,e as lembranças do ultimo encontro lhe dói, principalmente daquele dia quando a felicidade parecia eterna, quando ainda pensava ou mesmo tentava ser feliz.
O vento no rosto hoje não lembra em nada aqueles ventos que juntos sentiam, afinal o que mudou?. Os passos antes firmes e confiantes tornaram-se fracos e vacilantes, dados è esmo.
Ao poucos tenta levantar-se, sabe que aquilo um dia tem que acabar, o luto eterno não existe e é inútil, a lamúria pelo que não está sujeito à reversão é apenas protelar a dor pelo infinito.
Mas finalmente levanta-se, confiante dirigi-se ao telefone, somente uma mudança total pode lhe retirar daquele estado deplorável,os passo em direção ao aparelho parecem lentos e fracos, mas finalmente liga e pede finalmente, palavras que saem vagarosas e vacilantes:“-por favor, uma porção grande de Tempurá”. e finalmente decide,... em mudar de lanchonete e esquecer o Mc’Bob que fechou na ultima semana, quem sabe comida chinesa lhe preenche o vazio deixado pelo fast food que lhe foi companheiro fiel nos últimos anos.