terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Memorias de um Ex-adolescente, atual universitario, e fututo arquiteto/frequentador do AA.





PART. 1- DOMINGO, PÓS-REGGAE, PRÉ-PAGODE

As visões dos seus feios em seu estado etílico na noite anterior voltavam aos poucos e demonstravam que a noite foi boa, ou nem tanto, caso você não goste de uma noite regada a Vodca e Reegae (eu gosto), quem diria que algo nascido ou desenvolvido na Rússia cairia tão bem com o som da Jamaica e quando unidos em uma cidade do Norte do Brasil provocavam um êxtase coletivo que não respeitava cor ou classe social.

Levanta-se aos poucos da cama tateando piso procurando suas sandálias, e sua bagunça organizada não o deixa encontrar nem seu juízo perdido desde a 8° serie, quanto mais a sua havaianas, pelo menos isso é o que ele sempre diz à mãe nos seus eternos discursos acerca de ele tomar juízo, agora o mais importante é a havaianas, pois, quem precisa de juízo aos 18 anos??Mas ele sempre diz que sim, um dia vai ter juízo,como? Ora, comprando juízo no mercado livre um pouco antes da formatura.

O seu quarto precisa urgente de uma limpeza, mas, a empregada se recusa terminantemente entrar ali desde que encontrou indícios de suas atividades noturnas típicas pos balada quando sua mãe não esta em casa, não encontra a porra da havaianas, e mais uma vez se confirma a sua teoria de que suas coisas especialmente chinelos, sapatos, e livros tinham o péssimo costume de viver brincando de “Pira se esconde” com ele, e puta que pariu ele nunca ganhava!.

Mesmo descalço vai à cozinha buscar algo para comer, encontra sua mãe, e com a estratégia mais que manjada à abraça e lhe dá um beijo, mas mesmo assim ela pergunta por que ele chegou tarde, e mais uma vez ele não responde já que a resposta é óbvia, come um sanduíche de atum e volta pro quarto.

Deita na cama e pensa no que fazer em um domingo a tarde depois de um sábado de bebedeira, bom, tem Wood House* com pagode cerveja barata, Favela* com pagode e cerveja barata , Oficial* com pagode e cerveja barata, o importante afinal de contas é a cerveja ser barata, escolhe a mais perto, rumo a Wood House!




E mais uma vez ele vai a uma festa de pagode, sem gostar de pagode, por que as mulheres tem que gostar tanto de pagode??? Se bem que quem ouve pagode em uma festa de pagode, o importante é beber o suficiente pra não cair e tomar coragem a dançar um pouco tentando sair do zero no findi, já que amanha a facu lhe chama e o estagio também.

O importante agora, como convencer a mamãe a emprestar a porra do carro, qual desculpa, trabalho da facu (não rola) visitar a avó? Visitar a namorada (que ele não tem)? Precisa de mais desculpas... cacete, ir de ônibus, não dá, que merda!.


Obs: Wood House, Favela e Oficial são bares/boates de Belém-Pa.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

enfie a vuvuzela no "toba"!




Eu gosto de Rock, Funk, Forró, Pagode,e Musicas estranhas, ou seja, prima faccie deveria gostar de barulho, mas, definitivamente odeio essas porras de cornetas que a massa idiota insiste em chamar de “vuvuzela” que todo mundo tem e insiste em usar!

Sim, o ministério da saúde deveria proibir esta merda de ficar aporrinhando nossas vidas e com certeza provocará danos à nossa saúde, principalmente à saúde do próximo filho da puta que buzinar esse negocio no meu ouvido.

A WIKI diz que: “A origem da vuvuzela é muito antiga. Ela é originária de tribos ancestrais sul-africanas e servia para convocar reuniões”. Perai, por acaso eu sou de alguma tribo africana? Você é de alguma tribo africana? Então por que estes indivíduos que se utilizam desta insistem em tocar este instrumento do inferno se não tem ninguém de uma tribo africana e muito menos uma reunião?!.

Em suma agüentar a vuvuzela na áfrica do sul, plausível, já que eles fazem isso à muito tempo, mas agüentar os sem noção buzinando no seu ouvido não dá. E utilizando da campanha de um proeminente político ativo no “apartheid”, começo a campanha, “Mate um “vuvuzeleiro”” e se não matar pelo menos enfie a porra da corneta dele onde ele dificilmente poderá voltar a buzinar e também não sentará por um bom tempo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Que ano! (de merda)

Fim de ano!!!!

É isso, e chega mais um natal, mais um fim de ano, panetones, presentes, reunião dos familiares, confraternizações, amigos secretos, essa porra toda.
Mas vamos fazer um balanço desse ano glorioso de 2009, vamos lá, as promessas feitas em 31/12/2008 foram: tentar parar de beber, estudar mais nesses 6° e 7° semestre de Direito, manter um namoro por mais de três meses, malhar mais de três vezes no mês, comer coisas saudáveis, ser menos chato e ranzinza, além de promessas é claro teve o clássico pedido de ir na corda do círio de Nazaré (mesmo sendo Deísta*) se o meus times (REMO, PALMEIRAS) fossem campeões.

Houve outras promessas, só não me lembro delas, pois bebi pra cacete e cai desbundado na 2° onda que tentei pular, só voltei à mim quando descobrimos que tentaram roubar o carro, outra promessa botar alarme e pagar o seguro do carro.

Primeira promessa, parar de beber, essa é clássica é claro, depois de um ano de bebedeira e vergonhas sempre colocamos essa em nossa lista, geralmente a fazemos com algo de alcoólico nas mãos brandindo que aquele será o ultimo gole, essa foi difícil, mas eu fui forte e perseverante, e a mantive até ás 12:00 do dia 01, aquela cervejinha eu não podia dispensar é claro!

E ali iniciou-se mais um ano minha vida onde apenas bebo “sociamente” (só quando vivo em sociedade!).

Segunda promessa, estudar mais, essa foi fácil, como meus amigos sabem, ainda sou aquele CDF (agora convertido) que tem pesadelos com notas abaixo de 7,00, claro que essa doença hoje controlada já aceito sem maiores problemas um 8,00, passei sem problemas por mais dois semestres de Direito, e hoje já tenho certeza do que farei da vida, Oceanografia.

Manter um namoro por mais de três meses, hum, nessa promessa peguei pesado, ainda me considero disléxico sentimental, e acho normal não ligar no outro dia ou só lembrar de ligar três meses depois, essa promessa passou bem perto de ser concretizada, cheguei á espantosos 2 meses de 18 dias, quando finalmente chegou o verão e com pesar no coração descobri ter outra alma gêmea: Kamilla, Carla, Dy, Verônica, e é claro a morena (não me lembro ou não deu tempo de saber o nome dela).

Malhar mais de três dias no mês, nos primeiros 4 meses malhei pelo menos 15 dias no mês,isso dá uma boa média não é?. Promessa quase cumprida, já que de novo chegou o verão, onde descobrir que malhar cansava demais e fazia-me gastar energia que podia muito bem ser usada levantando um copo ou mesmo tentando aprender a dançar sem esmagar os pobres dedos das desavisadas que em vão tentavam me ensinar esta arte tão complicada de dar dois passos para lá e dois para cá, então em tempos de efeito estufa e economia de energia dei um tempo de malhar para realocá-la em tarefas mais nobres (beber e dançar).

Comer coisas saudáveis e ser menos chato e ranzinza, fácil, nesse novo ano acrescentei como hábitos no tomar diariamente 1,5 litros de Café, comer carne vermelha orgânica criada na Amazônia desmatada, happy hour dia sim dia também, virei quase o Vegan* do Greenpeace (huahauhauh, sem chance)!!!!.

Em resumo, as promessas foram um fracasso, já os pedidos esses foram bem piores! O palmeiras não preciso nem comentar, mas como o Remo não é conhecido por alguns, lhes delicio com minha desgraça futebolística de torcer para um time que mesmo tendo a “maior torcida do norte” com torcedores suficientes para encher pelo menos duas Kombis não conseguiu uma vaga nem na Série “D”, ano de merda.

Acho que ranzinza não sou mais,pelo menos até acabar minha cerveja e eu ficar balançando a mão tentando chamar por pelo menos meia hora até que esse garçom (filho de um trabalhadora exemplar da casa da luz vermelha) veja que a garrafa já esvaziou, e elas não costumam encher-se sozinhas!!!!

Tenham um bom fim de ano, e rumo ao équiçá Brasil!!!!

Agora pode tocar o tema do fim de ano da Globo com aquele pessoal de roupa branca (que parecem ter o patrocínio da K’boa “a água sanitária que serve até de anti séptico bucal” ).

* Deísta: individuo que crê em Deus, mas não aceita religião, certos dogmas e a revelação
*Vegan: vegetariano radical, não come nada de origem animal, seja leite(e derivados) , ovos, peixe, além de nao consumir nada onde animais participaram da cadeia produtiva

sábado, 5 de dezembro de 2009

A folha seca.

Seus pés agora pareciam tão grandes face à pequeneza da avenida, e sentado ali sentia os primeiros efeitos do Valium recém tomado, precisava tomar uma decisão e isso era inadiável.

O vento frio cortava impiedosamente seu rosto, deixando-o quase dormente, isso somado aos efeitos do Valium fazia o entorpecimento tomá-lo aos poucos tomar seus sentidos de assalto, e daquela altura qualquer perda de sentidos poderia significar a perda deles para sempre.

Seus últimos gritos ainda ecoavam na sala atrás de si, e era como se aquilo tivesse ocorrido á anos, tentou, mais não conseguiu lembrar-se do rosto dela tentando lhe explicar que aquilo era passageiro.

Na verdade lembrava-se muito vagamente do leve sorriso que deu antes da explosão de fúria, antes de dizer mesmo que não acreditando o quanto a odiava, o quanto queria que aquilo tudo acabasse, lembrou-se do primeiro vaso a voar de suas mão e atingir com uma precisão que não lhe era peculiar a parede que a dois dias ela tinha pintado.

E antes de ele pegar o pequeno Buda que assentava-se sobre a mesa de centro ela saiu da sala, deixando atrás de si apenas o silencio, e isso era apenas o que ele ouvia agora, o silêncio. Observava o mundo daquela altura e tudo lhe parecia tão insignificante, tudo tão pequeno que mesmo sabendo ser imponderável via sua mão pairar em meio a pequenos bólidos azuis, e começou a perceber que a perda total de seus sentidos se aproxima.

Agora já ouvia o arfar de seu diafragma muito mais forte, era como se todos os sons externos a seu corpo estivessem sido abafados, ouve seu coração ainda compassado tentando em vão empurrar seu sangue ao corpo em cuja mente é travada uma batalha entre a continuidade dessa existência posta em “xeque” pelos últimos acontecimentos.

Já quase totalmente entorpecido levanta-se e debruça-se derradeiramente no parapeito, e do altos daqueles 21 andares imagina-se voando como uma folha seca na primavera, senti que o vento ainda pode lhe alcançar levando-o para longe daquilo tudo, e senti perder seus sentidos sendo abraçado pela escuridão que tanto aguardava.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O observador, em busca da sanidade.

Abriu a porta devagarzinho para não chamar a atenção, no entanto o ranger da porta foi ouvido por toda a sala provocando o que ele temia, a avalanche de olhares que se voltaram em sua direção, sentiu-se acuado por um instante com o a análise minuciosa que todos sempre faziam dos novatos, maldita falta de lubrificação (que ambíguo!)!.

Sentou-se logo atrás de uma menina ruiva, que foi uma das poucas que não se virou para lhe ver entrando, o hábito de tentar decifrar as pessoas apenas por detalhes logo o fez voltar seu olhar para a garota ruiva, fazendo-o esquecer por alguns minutos os problemas que tinha e os que viria à ter, outro hábito, sofrer com antecedência.

A menina tinha um pequeno laço roxo que partia seu cabelo em dois, dando-lhe um aspecto recatado. O laço tinha cara de artesanato, não era industrializado com certeza, as costuras levemente desuniformes denotavam isso, poderia ter sido uma avó ou mãe um pouco mais “velha” que passa horas bordando ou costurando tentando preencher o tempo até o encontro com a senhora de preto.

Hum, então usar coisas que as mães ou avós fazem mostram que ela não tem medo de ser ridicularizada, os (nós) adolescentes odeiam mostrar qualquer afetuosidade pública aos pais ou mesmo parentes e usar algo como aquilo mostrava ser ela um pouco estranha já que nessa (nossa) idade uma das coisas mais importantes é tem a chamada “reputação” que com certeza não perpassava por utilizar de acessórios que não fossem de uma grife famosa, ele gostava de meninas estranhas.

Do cabelo logo observou que ela utilizava uma camiseta branca, um pouco (muito!) amarrotada, de duas uma, ou ela saiu atrasada de casa não dando tempo para ela arrumar-se ou ela veio de busão, esta ultima muito improvável já que a mensalidade do colégio era equivalente a dois salário mínimos e meio, ou seja, quase todos ali nunca andaram de ônibus, imaginem uma menina usando D&G dos pés a cabeça pegando um bus lotado, sem chance! Esta possibilidade era a mesma de eu ir em um show do calypso vestido de “joelma”!.

O Sinal tocou impedindo que ele continuasse sua nova velha diversão, ela se levantou rapidamente e saiu da sala sem falar com ninguém, deve estar indo à cantina, bom lugar para continuar sua análise e para ele continuar a entupir sua artérias e quem sabe dar trabalho no futuro á seu pai cardiologista, uma ponte de safena sempre foi seu sonho e com um pouco de sorte uma mamária como cereja do bolo e um Stent como cobertura!

To be continued.....

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Saudade...mais uma vez.

A caminhada desta vida nos leva à muitos ambientes diferentes, com pessoas diferentes, e em cada um destes lugares angariamos novos amigos construindo uma rede de amizade que hoje pode se estender por todo o globo. No entanto quantos destes merecem o titulo honorifico de amigo?

Ainda me lembro muito bem de cada um dos meus grandes amigos, na verdade em cada ciclo da vida nos vinculamos fortemente as pessoas que nos circundam, no entanto a dinâmica da vida moderna acaba por nos afastar das pessoas que aprendemos a duras penas a amar.

Mesmo com o advento de ferramentas como o orkut e twitter que (eu odeio) mantêm mesmo que artificialmente uma proximidade, a saldade ainda prevalece, a saldade dos momentos de descontração, onde passamos dias sem dormir por causa da temida prova de genética II, daqueles primeiros dias (meses e anos) da universidade, quando ainda acreditávamos em uma solução e nos deslumbrava-mos a cada nova descoberta, a cada novo passo que dávamos rumo a temida vida adulta, das festas à beira do rio (sendo comidos vivos pelos mosquitos carnívoros).

Mas a roda viva nos leva impreterivelmente para novos cantos, nos afasta sem pena, e a única coisa em que nos agarramos são aqueles momentos em que olhávamos um para os outros e nos enxergava-mos uns nos olhos dos outros, onde finalmente encontrava-mos pessoas que como nós éramos estranhas que gostavam de ler e estudar, éramos e continuamos “estranhos”.

Amigos sim, amigos de chamar-mos as mães de “tias”, de conhecer e entender todos os defeitos e exaltar as parcas qualidades uns dos outros, de dar o ombro na hora de chorar e o puxão de orelha na hora de tentar colocar nos eixos, de se preocupar mesmo de longe, de se orgulhar dos feitos, enfim, éramos e sempre seremos família que escolhemos e dos quais as histórias nossos netos ouvirão atentos , tentando entender como o avô um dia foi tão louco e tão feliz.




ps: onde estivermos s seremos sempre a turma de zootecnia de 2005 seja em Minas, São Paulo ou nos confins do Pará, seja exercendo a zootecnia seja a advocacia (meu caso).

terça-feira, 28 de julho de 2009

O gatilho.

Mais uma vez sentia o metal frio entre seus dedos, aquela sensação há muito deixou de incomodá-lo, na verdade sentia-se estranhamente familiarizado com aquilo. Sua mão trêmula pendia sobre estilhaços de vidro da janela que teve que quebrar para ter uma visão nítida, e os cacos de vidro o perfuravam lentamente fazendo correr um fio escarlate sobre a parede cor de chumbo.

Aos poucos apareceram os primeiros capacetes verde musgo no fim da estrada, sabia quer aqueles eram apenas os peões, e como tais sempre os primeiros a serem sacrificados pela glória de outros os quais não possuem conhecimento, enfileirados como formiginhas caminham movidos por mãos que de longe os ordenam e que não sujam suas mãos com o profano sangue de soldados rasos.

Mas rapidamente afasta estes pensamentos, a concentração é fundamental no seu trabalho, sempre foi, ele sabe que terá apenas uma chance, e a simples possibilidade de desperdiçá-la lhe aterroriza.

E logo aparece sobre um blindado um homenzinho franzino de tez pálida, esta figura lhe aterroriza desde que recebeu sua fotografia, com altivez não condizente com suas características físicas imprime ordens a torto e a rodo com rispidez típica dos vermes.

Não entendia como aquele homem tão pequeno, que não emitia nenhum sinal de crueldade, poderia ter sido o desencadeador da ordem que resultou na morte de centenas de dissidentes refugiados na única escola judia da velha cidade.

Isso não mais importa, ordens são ordens, só resta à ele cumpri-las sem perguntar pra que ou para quem, mas, eliminar homens como aquele não era nenhum sacrifício, devendo ate receber uma medalha por bravura quem sabe.

Seu campo de visão melhora, e o homenzinho agora desponta claramente na sua frente, sem remorso ele aciona o gatilho, deixando o projétil correr dando ao seu alvo o destino que merece, com esse são quinze, agora só faltam cinco.