segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Por quê?Mais um Estampido.


Ouve ao longe o estampido de mais uma explosão que o seu pai lhe ensinou ser o barulho de uma bomba, e não entende o porquê de tudo aquilo.

Tentava correr o mais rápido que podia, mais lhe faltava forças, do alto de seus seis anos de idade aquele esforço era hercúleo, suas pequenas pernas tremiam não só pelo esforço, mas também pelo medo que lhe assombrava desde que seu pai lhe forçou à correr em direção àquela pequena passagem no muro, ao transpassar o muro se dirige a rua esquerda que na naquele momento não parecia em nada com o que ele estava acostumado à ver,estava agora deserta e escura, por isso, apertou o passo com medo do que o pai lhe disse sobre as balas.

Há cerca de duas semanas estava ele naquela mesma rua indo pela primeira vez ao parque de diversões com seu pai, agora passava agora correndo maltrapilho tentando salvar-se, mas não resistiu e virou-se para contemplar os brinquedos onde pela ultima vez ele foi completamente feliz, onde seu pai com a ternura característica lhe levou ao carrossel.

Naquele pequeno momento que agora parecia tão distante, imaginou-se nas planícies das histórias que seu pai lhe contava, cavalgando em direção ao pôr do sol com o vento em seu rosto e o cheiro da relva fresca lhe enchendo as narinas, mas, foi acordado deste sonho pelo barulho ensurdecedor de mais uma sucessão de explosões que iluminavam mais uma vez aquele triste fim de tarde e aquele cheiro ocre da pólvora que nos últimos dias ele apresentou a distinguir bem.

Correu mais um pouco, já via o fim da rua que daria na casa de sua avó paterna, que ficava em um bairro onde não havia bombardeios,pois,era área diplomática.

Cansado e ofegante, sentou-se um pouco na beira da rua pois não consegui dar mais um passo, lembrou-se do seu pai, que lhe salvou á pouco empurrando-lhe pela janela que graças à deus era baixa e lhe indicou o buraco por onde saiu da área de sua casa que agora era apenas um monte de escombros.

Espantou-se com um barulho de carro vindo em alta velocidade, de longe não conseguiu distinguir se era dos soldados ou não, mas quando o carro parou em sua frente ele levantou-se instantaneamente, e seu temor se confirmou ao ouvir pelo alto falante do veiculo aquela língua que ele não entendia muito bem, e por isso não pode responder, e fez o que seu pai lhe ensinou, fechou seus olhos e pediu perdão, apenas pediu perdão,mas ele só não entendia o porquê daquilo, e só ouviu mais um estampido, só mais um.

9 comentários:

Tђαммy disse...

Cara...to com medo.

Fernanda Sant' Anna Teglas disse...

oO


sem palavras



http://fpontodexclamacao.blogspot.com/

Erich Pontoldio disse...

Caracasssss...muito bem narrado e escrito

Henry Barros disse...

Sem palavras²
Curiosidades, és paraense? O.o

I want it all ~ disse...

Obgg pela visita, ok?
:D

Seu blog tb tá beem legal :33

Thaís A. disse...

Nossa que profundo. Estava esperando um texto seu, engraçado, e muito bom. HAHA, mas mesmo assim, esse txto não deixa de ser bonito :)

Beijos :*

Unknown disse...

ossa! Que post incrível, parabéns! Dá medo!! Beijinhos!!

Anônimo disse...

Polemico isto!

Nega Dira disse...

:~~~~

a guerra é a pior de todas as doenças.