segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Que ano! (de merda)

Fim de ano!!!!

É isso, e chega mais um natal, mais um fim de ano, panetones, presentes, reunião dos familiares, confraternizações, amigos secretos, essa porra toda.
Mas vamos fazer um balanço desse ano glorioso de 2009, vamos lá, as promessas feitas em 31/12/2008 foram: tentar parar de beber, estudar mais nesses 6° e 7° semestre de Direito, manter um namoro por mais de três meses, malhar mais de três vezes no mês, comer coisas saudáveis, ser menos chato e ranzinza, além de promessas é claro teve o clássico pedido de ir na corda do círio de Nazaré (mesmo sendo Deísta*) se o meus times (REMO, PALMEIRAS) fossem campeões.

Houve outras promessas, só não me lembro delas, pois bebi pra cacete e cai desbundado na 2° onda que tentei pular, só voltei à mim quando descobrimos que tentaram roubar o carro, outra promessa botar alarme e pagar o seguro do carro.

Primeira promessa, parar de beber, essa é clássica é claro, depois de um ano de bebedeira e vergonhas sempre colocamos essa em nossa lista, geralmente a fazemos com algo de alcoólico nas mãos brandindo que aquele será o ultimo gole, essa foi difícil, mas eu fui forte e perseverante, e a mantive até ás 12:00 do dia 01, aquela cervejinha eu não podia dispensar é claro!

E ali iniciou-se mais um ano minha vida onde apenas bebo “sociamente” (só quando vivo em sociedade!).

Segunda promessa, estudar mais, essa foi fácil, como meus amigos sabem, ainda sou aquele CDF (agora convertido) que tem pesadelos com notas abaixo de 7,00, claro que essa doença hoje controlada já aceito sem maiores problemas um 8,00, passei sem problemas por mais dois semestres de Direito, e hoje já tenho certeza do que farei da vida, Oceanografia.

Manter um namoro por mais de três meses, hum, nessa promessa peguei pesado, ainda me considero disléxico sentimental, e acho normal não ligar no outro dia ou só lembrar de ligar três meses depois, essa promessa passou bem perto de ser concretizada, cheguei á espantosos 2 meses de 18 dias, quando finalmente chegou o verão e com pesar no coração descobri ter outra alma gêmea: Kamilla, Carla, Dy, Verônica, e é claro a morena (não me lembro ou não deu tempo de saber o nome dela).

Malhar mais de três dias no mês, nos primeiros 4 meses malhei pelo menos 15 dias no mês,isso dá uma boa média não é?. Promessa quase cumprida, já que de novo chegou o verão, onde descobrir que malhar cansava demais e fazia-me gastar energia que podia muito bem ser usada levantando um copo ou mesmo tentando aprender a dançar sem esmagar os pobres dedos das desavisadas que em vão tentavam me ensinar esta arte tão complicada de dar dois passos para lá e dois para cá, então em tempos de efeito estufa e economia de energia dei um tempo de malhar para realocá-la em tarefas mais nobres (beber e dançar).

Comer coisas saudáveis e ser menos chato e ranzinza, fácil, nesse novo ano acrescentei como hábitos no tomar diariamente 1,5 litros de Café, comer carne vermelha orgânica criada na Amazônia desmatada, happy hour dia sim dia também, virei quase o Vegan* do Greenpeace (huahauhauh, sem chance)!!!!.

Em resumo, as promessas foram um fracasso, já os pedidos esses foram bem piores! O palmeiras não preciso nem comentar, mas como o Remo não é conhecido por alguns, lhes delicio com minha desgraça futebolística de torcer para um time que mesmo tendo a “maior torcida do norte” com torcedores suficientes para encher pelo menos duas Kombis não conseguiu uma vaga nem na Série “D”, ano de merda.

Acho que ranzinza não sou mais,pelo menos até acabar minha cerveja e eu ficar balançando a mão tentando chamar por pelo menos meia hora até que esse garçom (filho de um trabalhadora exemplar da casa da luz vermelha) veja que a garrafa já esvaziou, e elas não costumam encher-se sozinhas!!!!

Tenham um bom fim de ano, e rumo ao équiçá Brasil!!!!

Agora pode tocar o tema do fim de ano da Globo com aquele pessoal de roupa branca (que parecem ter o patrocínio da K’boa “a água sanitária que serve até de anti séptico bucal” ).

* Deísta: individuo que crê em Deus, mas não aceita religião, certos dogmas e a revelação
*Vegan: vegetariano radical, não come nada de origem animal, seja leite(e derivados) , ovos, peixe, além de nao consumir nada onde animais participaram da cadeia produtiva

sábado, 5 de dezembro de 2009

A folha seca.

Seus pés agora pareciam tão grandes face à pequeneza da avenida, e sentado ali sentia os primeiros efeitos do Valium recém tomado, precisava tomar uma decisão e isso era inadiável.

O vento frio cortava impiedosamente seu rosto, deixando-o quase dormente, isso somado aos efeitos do Valium fazia o entorpecimento tomá-lo aos poucos tomar seus sentidos de assalto, e daquela altura qualquer perda de sentidos poderia significar a perda deles para sempre.

Seus últimos gritos ainda ecoavam na sala atrás de si, e era como se aquilo tivesse ocorrido á anos, tentou, mais não conseguiu lembrar-se do rosto dela tentando lhe explicar que aquilo era passageiro.

Na verdade lembrava-se muito vagamente do leve sorriso que deu antes da explosão de fúria, antes de dizer mesmo que não acreditando o quanto a odiava, o quanto queria que aquilo tudo acabasse, lembrou-se do primeiro vaso a voar de suas mão e atingir com uma precisão que não lhe era peculiar a parede que a dois dias ela tinha pintado.

E antes de ele pegar o pequeno Buda que assentava-se sobre a mesa de centro ela saiu da sala, deixando atrás de si apenas o silencio, e isso era apenas o que ele ouvia agora, o silêncio. Observava o mundo daquela altura e tudo lhe parecia tão insignificante, tudo tão pequeno que mesmo sabendo ser imponderável via sua mão pairar em meio a pequenos bólidos azuis, e começou a perceber que a perda total de seus sentidos se aproxima.

Agora já ouvia o arfar de seu diafragma muito mais forte, era como se todos os sons externos a seu corpo estivessem sido abafados, ouve seu coração ainda compassado tentando em vão empurrar seu sangue ao corpo em cuja mente é travada uma batalha entre a continuidade dessa existência posta em “xeque” pelos últimos acontecimentos.

Já quase totalmente entorpecido levanta-se e debruça-se derradeiramente no parapeito, e do altos daqueles 21 andares imagina-se voando como uma folha seca na primavera, senti que o vento ainda pode lhe alcançar levando-o para longe daquilo tudo, e senti perder seus sentidos sendo abraçado pela escuridão que tanto aguardava.