quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um novo ATLAS, Barack Obama.


Esta semana temos o primeiro contato com o “atlas” do século XXI, ou na verdade com o primeiro atlas que não é um ser mítico, a posse de Barack Obama consagrou um homem que está recebendo o difícil fardo de tirar o mundo do lamaçal econômico e da colcha de retalhos que integras os diversos conflitos do globo.

Para quem não se lembra das aulas de história e mitologia grega, Atlas por uma revolta contra Zeus foi condenada a carregar o céu nas costas e é freqüentemente retratado carregando o globo nas costas, isto não é muito parecido com o que o mundo espera do Barack?

Tudo bem, ele trouxe novas idéias que alguns anos atrás seria impensável dentro da realidade extremamente consumerista norte americana, propostas concretas de conservação ambiental e adoção do multilateralimo como eixo norteador da política, ao invés do bom e velho atira primeiro e pergunto depois, esse foram avanços tardios mas que enfim chegaram.

No entanto imaginar que ele salvará o mundo, as guerras acabarão, entraremos finalmente na era de aquarium é burrice ou mesmo ingenuidade, mesmo que Barack tenhas as melhores intenções e planos do mundo não será nada fácil convencer os grandes industriais de pontos que lhes leguem ao menos a possibilidade de gastos superiores à lucros, ou mesmo convencer os mujahedins do mundo que sua jihad não pode atingir inocentes.

Enfim, a complexidade das relações econômicas,sociais e religiosas contemporâneas legaram-nos o status quo que estamos, no entanto seria covardia e desumano colocar a responsabilidade apenas em um homem como se esta colocando em Barack.

Portanto, se as lideranças mundiais forem contaminadas com a euforia do resto do mundo e também adotarem uma política ao menos parecida com a de Barack (nos pontos positivos) quem sabe poderemos ter uma perspectiva melhor para as relações entre os países constantes desta aldeia global chamada por enquanto de terra.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A ilha, o elixir.

Sentado na proa do barco observava ao longe o pôr do sol, ainda sentia o calor do sol no rosto atingido pelos últimos raios do sol à esconder-se, o barco balançava muito era como se comandante estivesse fazendo “baliza” por entre as ondas, às vezes era atingido por um ou outro respingo, mas isso não o aborrecia, o importante era se afastar ao máximo de onde nunca mais voltaria.

Há alguns anos,ele não se lembra bem exatamente quantos, estava ele, mais novo é claro, indo em direção àquela ilhota como se fosse sua shangri-la oculta em meio ao mar que a circundava.

Nem de longe ou em seus maiores pesadelos podia ele imaginar-se a situção que estava agora, fazia poucas semanas que os primeiros sintomas apareceram, e foram agravando-se de tal forma que sua estada naquela pequena cidade parecia eterna e sem vida.

A procura tornou-se uma obsessão para todos os habitantes da ilha.Andava por todas as tabernas da cidadela procurando aquilo que era essencial para ele (será?),mas não encontrava em nenhum lugar , muitos como ele, andavam de um lado para o outro sem conseguir expressar nenhum sentimento em seus rostos, era como se suas almas tivessem secado em meio à uma seca inesperada no seu acontecimento e vil nos seus efeitos.

Mas estava longe daquela realidade inquietante, agora no barco, apenas pensava na sua chegada ao continente, no fim daquela agonia que já durava semanas, quando viu as primeira nuances das luzes da cidade no continente seu coração deu um pulo de esperança, aos poucos se esqueceu do pesadelo vivido na ilha, daquilo que nenhum ser humano poderia ser privado, e a cada onda quebrado seu coração batia mais e mais forte ansiando chegar ao cais.

Ao chegar desceu correndo a pequena escada que o separava da terra firme, ainda “desenbestado” dirigiu-se ao local que poderia terminar com o horror que ele viveu nos últimos dias, poderia enfim ter sonhos e dormir direito, foi até o caixa, e as palavras saíram como se tivessem vida própria, saiam antes mesmo de serem constituídas em seu cérebro, e ele finalmente pediu, com uma lágrima descendo de seu rosto cansado: “uma coca-cola bem gelada por favor!!!”.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Por quê?Mais um Estampido.


Ouve ao longe o estampido de mais uma explosão que o seu pai lhe ensinou ser o barulho de uma bomba, e não entende o porquê de tudo aquilo.

Tentava correr o mais rápido que podia, mais lhe faltava forças, do alto de seus seis anos de idade aquele esforço era hercúleo, suas pequenas pernas tremiam não só pelo esforço, mas também pelo medo que lhe assombrava desde que seu pai lhe forçou à correr em direção àquela pequena passagem no muro, ao transpassar o muro se dirige a rua esquerda que na naquele momento não parecia em nada com o que ele estava acostumado à ver,estava agora deserta e escura, por isso, apertou o passo com medo do que o pai lhe disse sobre as balas.

Há cerca de duas semanas estava ele naquela mesma rua indo pela primeira vez ao parque de diversões com seu pai, agora passava agora correndo maltrapilho tentando salvar-se, mas não resistiu e virou-se para contemplar os brinquedos onde pela ultima vez ele foi completamente feliz, onde seu pai com a ternura característica lhe levou ao carrossel.

Naquele pequeno momento que agora parecia tão distante, imaginou-se nas planícies das histórias que seu pai lhe contava, cavalgando em direção ao pôr do sol com o vento em seu rosto e o cheiro da relva fresca lhe enchendo as narinas, mas, foi acordado deste sonho pelo barulho ensurdecedor de mais uma sucessão de explosões que iluminavam mais uma vez aquele triste fim de tarde e aquele cheiro ocre da pólvora que nos últimos dias ele apresentou a distinguir bem.

Correu mais um pouco, já via o fim da rua que daria na casa de sua avó paterna, que ficava em um bairro onde não havia bombardeios,pois,era área diplomática.

Cansado e ofegante, sentou-se um pouco na beira da rua pois não consegui dar mais um passo, lembrou-se do seu pai, que lhe salvou á pouco empurrando-lhe pela janela que graças à deus era baixa e lhe indicou o buraco por onde saiu da área de sua casa que agora era apenas um monte de escombros.

Espantou-se com um barulho de carro vindo em alta velocidade, de longe não conseguiu distinguir se era dos soldados ou não, mas quando o carro parou em sua frente ele levantou-se instantaneamente, e seu temor se confirmou ao ouvir pelo alto falante do veiculo aquela língua que ele não entendia muito bem, e por isso não pode responder, e fez o que seu pai lhe ensinou, fechou seus olhos e pediu perdão, apenas pediu perdão,mas ele só não entendia o porquê daquilo, e só ouviu mais um estampido, só mais um.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O quarto.que noite!

E mais uma vez Jane acorda e não tem a mínima idéia de que como chegou naquele quarto (queira deus que seja um quarto) e muito menos lembrava quem era o garoto dormindo ao seu lado, ao levantar sentiu náuseas e não agüentou, vomitou ali mesmo no tapete.

Apenas lembrava que saiu da festa umas 4 da manhã (puta merda!), a dor de cabeça lhe atormentava e as náuseas se faziam presentes, sabia que tinha bebido muito, e por conseqüência a amnésia alcoólica, olhou pela janela e não conseguiu distinguir em que bairro estava e para completar não viu seu carro.

Olhou mas uma vez para cama e tentou lembrar-se do que tinha ocorrido depois que saiu das boate, mas sabia que era inútil, aquela parte da sua vida não voltaria espontâneamente à sua memória, ou lhe contavam o que ocorreu ou nunca saberia, a dor de cabeça aumentou e agravou as náuseas, correu ao banheiro, primeiro para vomitar depois para procurar algo para aplacar a dor de cabeça.

Saiu do banheiro direto para o telefone, ligou para a mãe para ela lhe buscar, mas, não sabia onde estava, ai meu deus! Tentou acordar o cara da cama, semi acordado e irritado ele deu o endereço de onde Jane estava, e era muito longe de casa, ligou novamente para a mãe lhe dando o endereço, mas sem lhe contar os pormenores.

A mãe demorou cerca de meia hora para chegar, tempo suficiente para ela se vestir, e pensar em uma boa desculpa para não estar com seu carro, e explicar de quem era a casa que estava.

Mas ela jurou pela milésima vez, que o resultado daquela noite nunca se repetira, ela nunca mais acordará em um quarto que ela não sabe onde fica!!!

Dessa vez enfim ela tomou esta decisão fatídica, vou comprar um GPS.


obs: isso nao é autobiográfico!!uahuahua

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O LUTO


Sentia-se só. Apenas isso lhe importava naquele momento. Há algum tempo aquele momento seria no mínimo improvável no entanto os últimos dias foram tão angustiantes que um estado de espírito que estava não era somente plausível como perfeitamente justificável.
As lágrimas que já secaram há algumas horas agora fazem falta,e as lembranças do ultimo encontro lhe dói, principalmente daquele dia quando a felicidade parecia eterna, quando ainda pensava ou mesmo tentava ser feliz.
O vento no rosto hoje não lembra em nada aqueles ventos que juntos sentiam, afinal o que mudou?. Os passos antes firmes e confiantes tornaram-se fracos e vacilantes, dados è esmo.
Ao poucos tenta levantar-se, sabe que aquilo um dia tem que acabar, o luto eterno não existe e é inútil, a lamúria pelo que não está sujeito à reversão é apenas protelar a dor pelo infinito.
Mas finalmente levanta-se, confiante dirigi-se ao telefone, somente uma mudança total pode lhe retirar daquele estado deplorável,os passo em direção ao aparelho parecem lentos e fracos, mas finalmente liga e pede finalmente, palavras que saem vagarosas e vacilantes:“-por favor, uma porção grande de Tempurá”. e finalmente decide,... em mudar de lanchonete e esquecer o Mc’Bob que fechou na ultima semana, quem sabe comida chinesa lhe preenche o vazio deixado pelo fast food que lhe foi companheiro fiel nos últimos anos.